Léo Valente expressa muita vontade com o brilho do seu olhar. Esse jornalista conta que a paixão pela TV transformou sua timidez. Esse grande amor é demonstrado também pelas muitas fotos que ele apresentou do seu trabalho como repórter neste perfil. O grande e forte sentimento promete ainda transformar muito este menino: que sai de Fortaleza-Natal para ganhar o mundo.
Léo é amigo de todos. Trouxe um delicioso sotaque para a turma e foi só alegria em todos os encontros. Léo inspira ternura e transparece suas boas intenções.
Com toda sua sinceridade, ele contou algumas de suas histórias na entrevista por e-mail concedida ao Jornalistas de Talento. Com orgulho, o blog apresenta este querido Talento.
Porque você escolheu ser jornalista?
Era um sonho de criança. Cresci com a televisão por perto e ela me fascinava (e ainda me fascina). Via os correspondentes da Globo (principalmente) viajando o mundo e trazendo histórias dos mais diversos lugares. Queria ser correspondente internacional para viajar o mundo também. Devia ter uns seis anos quando coloquei essa ideia na minha cabeça. De lá ela não saiu mais.
Com o tempo, fui percebendo que todo correspondente é, antes de tudo, um jornalista. Ao contrário das outras crianças, mantive o meu desejo do que ser quando crescer – afinal, era algo bem mais próximo que astronauta ou coisas do tipo. Minha família sempre incentivou. Se era apenas brincadeira, não sei, mas cresci ouvindo pais e tias dizendo que me veriam viajando o mundo. Na hora de escolher o curso do vestibular, não tive dúvida nenhuma. A faculdade e a vida profissional só me dão mais certeza de que o jornalismo é a minha vida. E quem sabe um dia eu ainda não me torno correspondente?
Aniversário de 1 ano
Como foi a experiência na RPC TV?
Fantástica (sem trocadilho). Adorei ter passado esses dois meses trabalhando com profissionais tão competentes quanto empenhados em fazer o melhor trabalho. Eu me identifiquei muito com o jeito de trabalhar da redação. Aprendi a ser mais detalhista e preocupado com a qualidade da informação que produzimos e levamos ao ar. Foi uma experiência única. Quando paro para pensar é que me dou conta da oportunidade que tive. Quem diria que eu sairia de tão longe para fazer um curso em Curitiba e veria as portas de uma grande emissora de TV - como é a RPC TV - abertas e com trânsito livre para um trainee usar toda a sua estrutura para formação profissional?
Conte sobre uma história da sua infância.
Não consigo me lembrar de uma história específica da minha infância, mas hoje eu adoro rir dos apelidos que tinha quando era mais novo e gordinho. É tão bom poder passar por cima disso e não ter mais nenhum trauma. Quem olha pra criança e acha todas lindas, maravilhosas e fofinhas deve ficar sempre com um pé atrás porque elas também podem ser bem cruéis.
Bom, como dizia, eu tive uma fase em que fui bem gordinho e colecionava apelidos. Mas não eram qualquer coisa, não. Considero–os do mais alto nível poético e metafórico, se puder chamar assim. “Chupeta de baleia” foi um exemplo desses apelidos. Poderiam me chamar apenas de “baleia” ou coisa do tipo. Mas, não... Eu era gordo, mas não tanto. Dava no máximo pra servir de “chupeta de baleia”. Não é fantástico? Fora os outros que tive, como “rolha de poço” – esse também dá uma monografia. Os mais simples eram “bolo fofo”, “barriga de nós todos”.
Brincadeiras à parte, foi muito difícil pra mim passar por essa fase. Só fez piorar a minha timidez, problema que fui vencendo aos poucos, principalmente depois que entrei na universidade. Ainda hoje, me considero tímido, mas evoluí muito.
Em Fortaleza, com 4 anos
Um sonho
Meu sonho é ser dono de uma televisão. Mas se conseguir ser feliz, bem sucedido e viver bem fazendo o que gosto, já me dou por satisfeito. É por isso que corro tanto atrás dos meus objetivos.
Em 2009, no Marco Zero de Recife (PE), gravando documentário com a Marinha
Um segredo
Sei lá. Acho que não tenho segredos. Sou uma pessoa muito transparente. Mesmo querendo esconder qualquer coisa, acabo deixando escapar. Basta olhar pra minha cara. Dá pra saber se estou insatisfeito, feliz... Pior que, mesmo as coisas mais constrangedoras, eu deixo escapar.
Quem me conhece, já deve ter percebido que sou noveleiro. E eu não assisto só as novelas da Globo, não. Porque já é ruim ser noveleiro da Globo, imagine gostar de ver novelas dos outros canais e ainda mais mexicanas! Mas eu não ligo. É puro lazer sem compromisso intelectual... na maioria dos casos.
Quem me conhece, já deve ter percebido que sou noveleiro. E eu não assisto só as novelas da Globo, não. Porque já é ruim ser noveleiro da Globo, imagine gostar de ver novelas dos outros canais e ainda mais mexicanas! Mas eu não ligo. É puro lazer sem compromisso intelectual... na maioria dos casos.
Uma paixão
Dizer que sou apaixonado por televisão é meio óbvio, mas, quando começo a falar disso, eu me empolgo. Adoro mesmo. Procuro saber a história de todas: como surgiram, como cresceram, a quem pertencem e por aí vai. Agora, tem outra coisa que adoro em TV: computação gráfica. Sou vidrado em vinhetas e aberturas de programas. Fico analisando as vinhetas dos telejornais. Quando viajo, faço questão de assistir as TVs locais para ver a qualidade da programação visual. Um dia ainda faço um curso de computação gráfica. E depois das aulas com o Alberto Cairo fiquei ainda mais empolgado. Imagine só poder ser jornalista aliando o design! É tudo o que eu queria!
Registro do resgaste de três naufragos, entre eles o irmão de um ex-governador da Paraíba
Sua música predileta e uns versos que te emocionam Não tenho uma música predileta. Sou de fase. Tem hora que gosto de uma música. Depois de ouvir até dizer chega, escolho outra. É assim comigo. Às vezes me lembro de uma música que ouvi demais e me dá até cansaço só de pensar que a ouvi tanto.
Gosto muito de ouvir música gospel. As mensagens de muitas delas me deixam emocionados, dependendo do momento que esteja passando.
Qual característica da sua personalidade você mais gosta
Sou um conciliador e acho que isso me ajuda muito a lidar com conflitos e encontrar solução pra tudo. Sou também muito tranquilo. É preciso muito pra me tirar do sério. Ainda assim, quem me vê fora do sério acha até estranho porque continuo tranquilo. O problema é que essa tranquilidade às vezes me prejudica porque acho que posso controlar tudo e nem sempre dá.
Uma habilidade. Como descobriu ela?
Acho que uma habilidade minha é a de me localizar fácil e aprender rápido a andar em lugares estranhos. Percebi isso em Curitiba, andando pela cidade. Acredito que seja uma forma de me proteger: sabendo andar com segurança não corro riscos, como o de me perder. Desenvolvi isso em Natal. Quando me mudei pra Natal, procurei aprender a me localizar, já que estava numa cidade nova. Até então, não achava isso nada demais, mas devo ter facilidade pra guardar lugares.
Qual a importância das TV na sua vida?
Cresci assistindo televisão, como muitos de nós, mas agradeço a Deus porque nunca fiquei preso a um canal só. Nem assisti apenas porcaria. Vi de tudo um pouco: do bom ao ruim. Adorava telejornais, influência do meu pai, que sempre assistia. Hoje, sou eu quem o influencia.
Acho que foi a TV que me ajudou a vencer a minha timidez porque não faz nenhum sentido um jornalista com vergonha de trabalhar na frente das câmeras. Se quisesse realizar o meu sonho de trabalhar em TV tinha que vencer esse medo. A vontade foi maior que a timidez. Ainda bem.
Em Fernando de Noronha, passando o texto
Fale um pouquinho sobre sua relação com Fortaleza e Natal.
São as minhas duas queridas cidades. Fortaleza é a minha cidade natal e tenho muito orgulho de dizer que sou fortalezense e cearense. Adoro divulgar Fortaleza, porque sei o quanto ela tem para oferecer. É uma grande cidade, moderna, com muita história pra contar e que tem um povo acolhedor e divertido. O cearense é divertido. Dizem que é muito difícil fazer um cearense rir. Se conseguir, é humorista. Por isso têm tantos lá.
Minha relação com Fortaleza também é familiar: a maior parte dos meus parentes está nessa cidade. Foi lá que passei minha infância. Poderia escrever páginas sobre a capital da Terra da Luz ou do Atlântico, como é conhecida, mas tenho que falar também da minha cidade do coração, que é Natal. Foi na capital potiguar que eu cresci. Já tenho mais anos de vida em Natal que em Fortaleza, de onde saí com onze anos de idade. Em Natal, eu passei minha adolescência, me formei em Jornalismo e iniciei minha vida profissional. Foi nela que aprendi a ser Jornalista. A cidade, e o Rio Grande do Norte, nos acolheram desde 1997 quando nos mudamos. A adaptação foi difícil, afinal tínhamos saído de uma cidade com mais de dois milhões de habitantes para outra que tinha, na época, 700 mil pessoas. Tudo era diferente, e menor. Hoje, acho isso uma grande vantagem para a qualidade de vida.
Adoro as duas: Fortaleza pelo seu ar urbano, pela suas histórias e facetas, pelas minhas origens; Natal pelas belezas naturais, pela história que construí aqui e pelas amizades que fiz. Sinto muita falta das duas, mas sei que, para crescer na profissão que escolhi, tenho que ser forte para vencer a saudade...
Transmissão ao vivo do Carnatal em dezembro de 2010
Como você espera o futuro?Espero confiante e que seja ótimo. Tenho muita fé em Deus e trabalho muito por aquilo que quero. Sei esperar e acredito que tudo vem no momento certo, quando tem que ser. Espero poder alcançar meus objetivos e contribuir com o meu trabalho para melhorar a vida de todos que estão ao meu redor.
Uma mensagem para deixar para a posteridade e a prosperidade
Nunca deixe de trabalhar e nunca deixe de fazer o seu trabalho por achar que ele não está sendo valorizado. Uma hora, o reconhecimento sempre vem. Basta ter paciência, fé e acreditar.