Inteligente, determinada e muito alto-astral: essas são algumas das características da estrela deste perfil. A catarinense Joana Neitsch – que tem sua história e seu coração divididos entre Joinville e Floripa – está de mudança para a capital paranaense – Curitiba.
Na última sexta-feira, 1° de abril, Joana recebeu a feliz notícia da contratação: Antes de ir para Florianópolis, curtir a folga com o marido Júnior, a jornalista ficou sabendo que foi escolhida para trabalhar na editoria Mundo da Gazeta do Povo. Parabéns, Jô!
Joana nos presenteia com essa super entrevista, realizada por e-mail, nesta semana marcada pela alegria e euforia da contratação; pelas comemorações da formatura, junto aos colegas e amigos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e pelo clima de descontração, tranqüilidade e sol da capital catarinense (onde ela agora está).
Porque você escolheu ser jornalista?
Até uns 10 anos, as profissões que eu mais pensava em seguir eram atriz ou psicóloga. Então, como eu gostava muito de escrever, minha mãe cantou a bola: por que você não vai ser jornalista?
Aos 12 anos, tinha um trabalho de colégio para entrevistar alguém da profissão, que queríamos seguir. Aí meu pai me levou à redação do maior jornal de Joinville - A Notícia. A partir dali fui conciliando o sonho de ser jornalista e bailarina por toda a adolescência.
Eu queria muito o balé, mas ele não me quis tanto. Com o jornalismo, gasto menos energia para ser feliz. Não foi uma escolha muito racional, mas foi sendo nutrida por anos e deu no que deu.
Fale um pouquinho sobre sua experiência com o balé e suas histórias no Bolshoi.
O balé foi determinante na formação da minha personalidade. Influenciou na minha consciência corporal, na postura, na minha disciplina e na maneira como lido com os desafios. Além de contribuir muito para minha formação cultural e cognitiva, já que é uma fascinante expressão artística.
Estudar no Bolshoi foi uma experiência ímpar. Mas não foi fácil. Fiquei lá dos 12 aos 14 anos. Era um ambiente muito rico. Cheguei a passar sete horas por dia lá. Além de balé clássico, tive aulas de história da arte, música, anatomia, dança folclórica, entre outras. Era ótimo passar pelos corredores e ver quadros de grandes bailarinos russos. Na sala de estar, sempre passava um famoso balé: Dom Quixote, Quebra Nozes, O Lago dos Cines. Passávamos o dia ouvindo Tchaikovsky, Chopin e outros. Era um mundo à parte. Foi a primeira vez na vida que convivi diariamente com pessoas de diversos lugares. Tinha amigas que vinham do Pará e da Argentina, por exemplo. E, por ironia, as minhas melhores amigas eram do Paraná!
Mas também teve o lado duro, muito ego, competição desde cedo. O corpo nem sempre respondendo aos esforços das horas e horas de aulas. Era bem difícil para quem estava entrando na adolescência. Tive umas amigas que saíram de lá traumatizadas, nem queriam mais dançar. Mas graças a Deus e aos pais muito conscientes que tenho, eu soube aproveitar tudo que vivi lá de uma maneira positiva. Trago disciplina e paciência para o resto da vida. E dancei muito balé e dança contemporânea depois que saí de lá (até os 18 anos). Ainda danço sempre que posso: qualquer ritmo.
Qual característica da sua personalidade você mais gosta?
Acho que é a força de vontade. Talvez essa seja a virtude dos não muito talentosos, mas quando faço algo, independente de achar que levo jeito ou não, faço para valer. Um pouco dessa vontade vem de um lado racional, de eu achar que tempo e dinheiro não se desperdiçam, Então se é para fazer, que seja feito o melhor. Mas outro tanto é porque eu sou bem passional, e aí me envolvo nas coisas com tudo, sem calcular muito, por impulso mesmo.
Uma habilidade. Como descobriu ela?
Tentar entender o lado das pessoas. É meio subjetiva, né?
E ainda está sendo desenvolvida...
Descobri essa habilidade por um lado egoísta, gosto de ser compreendida, tenho essa necessidade, talvez meio infantil. Então pensei que fazer o inverso poderia facilitar. Acho que não funcionou muito, mas descobri que ajuda a evitar confusões desnecessárias, deixa a vida mais em paz.
Um segredo
Aí vai o clichê: sou um livro aberto, até demais!
Mas revirando o passado, relembro que fiz xixi na cama até uns 9 anos. Minha irmã me chantageava para não contar na escola: eu tinha que arrumar a cama dela ou encobertar alguma coisa que ela fizesse.
Uma paixão
Viver. Porque paixão tem que ter intensidade, envolvendo altos e baixos.
Tem algo melhor que a vida? Se for com o Júnior, melhor ainda.
Quais são seus principais gostos?
Falar (risos). Dia de sol (vou sofrer em Curitiba, eu sei). Dançar (me faz muita falta). Ler e escrever (não só pela profissão, sem compromisso também é uma delícia). Comer (típica magra de ruim).
Fale um pouquinho sobre o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) na Angola.
Fiz meu TCC com minha amiga Juliana Passos. Escrevemos um livro-reportagem: Fixe-Malaike, o cotidiano de Brasileiros em Angola. A ideia era fazer uma cobertura internacional, de um lugar que não está muito em evidência na mídia e que tivesse alguma relação com o Brasil. Durante nossa apuração descobrimos que a Angola tem muito em comum com nosso país. Passamos 28 dias em Luanda, tínhamos uma estrutura mambembe, moramos com angolanos, tomamos banho de canequinha, andamos muito de transporte público, usamos um celular e uma internet 3G.
Mas isso tudo foi fundamental para nosso aprendizado, como jornalistas e também para o crescimento pessoal. Creio que essa experiência me ajudou a ter um outro olhar para a África e para países que são pouco citados no nosso dia-a-dia. Agora procuro mais detalhes, tento entender melhor a história, respeitar o povo de um país.
A contratação te pegou de surpresa? Conte um pouco sobre o que você acredita que vai fazer e sobre sua empolgação para a nova atividade.
Quando a gente se candidata a uma vaga sempre tem alguma expectativa. Mas confesso que não esperava que fosse chamada de primeira.
Quando a gente se candidata a uma vaga sempre tem alguma expectativa. Mas confesso que não esperava que fosse chamada de primeira.
A surpresa mesmo foi receber a notícia na sexta-feira, quase na hora de viajar pra casa no nosso recesso. Já tava com a cabeça em Floripa, foi uma notícia ótima. A Janine só falou: “Você é a mais nova jornalista da Gazeta do Povo. Parabéns!”. E o detalhe é que era dia 1° de abril!
Foi a melhor verdade que já ouvi nesse dia. Parece que foi ensaiado, coincidentemente a Carol, que é minha “irmã de ap”, estava junto na hora e comemorou comigo. É um momento que vai ficar para minhas melhores lembranças.
Agora é hora de colocar em prática o que comecei a aprender na universidade e nessa primeira fase do trainee. O primeiro passo é me adaptar ao ritmo da redação, vou continuar aprendendo muito com a rotina intensa de um jornal diário, que eu sempre quis ter. Também vou conviver com profissionais muito competentes e experientes. Estou animada! Acredito que isso é muito válido para meu crescimento profissional.
Como você espera o futuro?
Eu espero ser feliz, com minha família. Realização profissional faz parte disso, com certeza. Mas acredito que sucesso só vale a pena, se quem estiver ao nosso lado, também estiver bem. Então espero que, no meu futuro, eu aprenda a conciliar profissão com a vida pessoal: ser uma jornalista de sucesso e uma excelente mãe também.
Uma mensagem para deixar para a posteriodade e a prosperidade.
Acreditem, sempre com um sorriso no rosto.
Se não é fácil fazer uma dessas coisas com constância, quanto mais as duas. Sei que parece meio Pollyanna, mas é assim que faço as coisas valerem mais a pena. Não espero o final pra ser feliz e acredito sempre que algo de bom se pode tirar do que vivemos. Até agora tem funcionado, vamos ver o que a posteridade vai dizer.
Parabéééns, Joana! Pela contratação, pela mudança pra cidade, pelo dia do jornalista (isso pra todos, claro!) e que venha muito trabalho pela frente!
ResponderExcluirParabéns de novo Joana!! Você merece! Vamos acompanhar o seu sucesso de perto =D ... por dois meses, ou mais, esperamos!
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