Uma História de Talento

Esta história começou para 37 jornalistas no dia 7 de fevereiro de 2011 e não tem previsão de acabar!
Uma "História Viva" que se construiu a cada dia, sempre vai deixar saudade e reuniu num mesmo endereço da rua Pedro Ivo, no centro de Curitiba, o eco de sotaques vindos do interior do Estado, Santa Catarina, São Paulo, Pará, Amapá, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Estes são os Talentos Jornalismo GRPCOM 2011


sábado, 28 de maio de 2011

Perfil de Talento – Dâmaris Thomazini

Uma menina que adora esportes. Delicada e cheia de sorrisos trata todos com muito cuidado e gentileza. Tem um namorado – o famoso Adriano – muito gracinha, que combina com ela, formando um casal que é muito bem-vindo em todos os lugares. Dâmaris Thomazini é assim.
Essa curitibana conta as histórias de viagem, mostra fortes laços com a família e revela seu lado rural. Alegria e simplicidade são traços da menina madura, que sabe ser e, por isso, sabe se mostrar. Está começando uma nova fase profissional: contratada da Gazeta, essa garota decidida tem ainda mais brilho pela frente. Com orgulho, o palco do blog Jornalistas de Talento é todo seu e está na torcida pelo seu sucesso.
Porque você escolheu ser jornalista?
Tomei a decisão no primeiro ano do ensino médio, quando estava com 15 anos. Naquela época, jornalismo era a única coisa que eu me via fazendo: na verdade, eu queria era escrever e ainda não me dava conta da possibilidade de TV e rádio. Neste mesmo período, vi que queria ser jornalista, porque era a única profissão, dentre as que eu gostava, em que eu poderia trabalhar com esportes (já que minha carreira de atleta foi rápida e rasteira: me dediquei aos esportes por um bom tempo na adolescência, fui bolsista em um colégio por ser do time de vôlei, entre outras histórias).

2002, aos 14 anos. Uma das únicas fotos da época, já que não existiam câmeras digitais.
Amistoso no Ginásio Mário Timm, em Joinville-SC. Dâmaris jogava, como meio de rede, pelo
Círculo Militar do Paraná / Expoente.  
Mas crescemos e amadurecemos. Sou jornalista, porque é a única atividade que me dá a chance de ter contato com realidades e assuntos com os quais eu nunca teria relação se não fosse por esta profissão: eu não queria ser só leitora ou espectadora da informação. Sei que não é sempre que vivemos coisas super diferentes nesta profissão, e que existem temas triviais e muito necessários de serem veiculados: tudo isto fez e hoje faz parte desta minha escolha, que ainda pode amadurecer mais.

Comente um pouquinho da sua relação com a Gazeta
Freela
A primeira vez em que pisei na redação foi em 2008, no meu último ano da faculdade. Fiz um mês de estágio, passei uma semana em Mundo, uma em Economia e duas em Esportes só observando e de vez em quando ajudando em alguma apuração. Depois fiz estágio na Band, na CBN, escrevi meu TCC (um livro-reportagem sobre futebol feminino feito em parceria com meu namorado, o Adriano) e fui viver a experiência do intercâmbio nos Estados Unidos pela segunda vez.
Voltei ao Brasil em 2009 e, antes de passar no trainee, comecei uma pós em Comunicação Empresarial, fui para o Rio de Janeiro fazer a dinâmica do Passaporte SporTV, fui para Porto Alegre numa seleção de uma multinacional, enfim, coisas de recém formada com urgência em concretizar sonhos e também ganhar a vida. No fim, dei voltas e voltas e entrei no setor de assistência internacional do HSBC aqui em Curitiba mesmo.
A vida estava tranquila, mas eu queria mudar, até que em janeiro fui chamada para meu primeiro freela em esportes. Não dava para perder a oportunidade de voltar para a redação e sacudir a poeira. Foi quando eu senti de verdade a responsabilidade de apurar e escrever para um jornal. Inicialmente, fiquei um pouco desapontada com o meu desempenho, mas depois fui chamada outras vezes durante o ano, felizmente consegui conciliar o banco com o jornal e escrever matérias que me deixaram muito felizes com o resultado final.
Banco X Trainee
No banco, meus amigos sempre brincavam que eu não escrevia e-mails para a equipe e sim reportagens falando sobre assuntos internos, fiquei um ano e dois meses por lá e só tenho a agradecer o tempo que passei por ali. Conheci pessoas maravilhosas e foi este trabalho que me deu a estabilidade para fazer o trainee com tranquilidade. Tive que abrir mão do banco quando consegui a aprovação no Talento, mas tenho muitas saudades dos amigos que fiz lá. Eles sempre estiveram na torcida para que tudo desse certo e sei que são leitores assíduos do jornal.
Amigos e namorado
Meus melhores amigos da faculdade passaram pelo processo de trainee  - na TV ou no jornal. Sabia que os dois veículos representavam ótimas chances de aprendizado e eram uma boa porta de entrada no Grupo porque sempre trocamos muitas ideias sobre todo o processo.
Eu e o Adriano nos conhecemos na faculdade, em 2005, e sempre estivemos muito juntos em trabalhos e viagens, mas o casal só foi se formar em 2007. Ele fez o trainee em 2009, depois que voltamos do intercâmbio, e eu tentei a seleção por duas vezes antes de dar tudo certo este ano. A parceria se repetiu na Gazeta: quando fiz meu primeiro freela o Adriano trabalhava no online e na sequência foi para Esportes então passamos um bom tempo na mesma editoria durante os meus períodos como freela. Neste último Campeonato Paranaense trabalhamos juntos em vários plantões de domingo. Conhecer a rotina da redação facilita na hora de entender a correria do dia-a-dia um do outro.
Na Feira do Paraná.
Conte sobre uma história da sua infância.
Nossa... vale história brega?
Eu cresci com muito espaço para brincar, costumava pescar (só Tilápia e Lambari) nos fins de tarde e sempre gostei muito de mato, fazenda, bicho (bois e vacas com uma simpatia especial, mas não abro mão de um churrasco de jeito nenhum), porque meu pai é técnico agrícola e até os 12 anos morei numa vila ao lado do Instituto Agronômico do Paraná, uma fazenda do governo estadual, na Região Metropolitana.
Quando era época da extinta Feira do Paraná, estas feiras agropecuárias, eu e a minha irmã íamos passear sempre nos pavilhões de animais, ver o rodeio e assistir aos shows. Pulávamos a cerca da fazenda, que fazia divisa com o espaço da feira e ficávamos por lá.
É por isso que já vi shows de todos estes sertanejos quando eles ainda eram duplas - João Paulo e Daniel; Leandro e Leonardo – e também quando viraram um só, além de preciosidades como Angélica “vou de taxi”. Eu divertia demais. Como disse o Zeca: “Quando a Dâmaris era pequena a Gralha Azul pousava em seu braço”, morri de rir.

Família. Dâmaris e a irmã revesando a careta.
Ela é a menorzinha de cabelo enrolado: o cabelo alisou com o tempo.
Explique a escolha do teu nome
Minha família é Católica e meu nome é coisa de uma mãe muitíssimo religiosa. O que ela conta é que quando me esperava, todas as vezes em que ela abria a Bíblia sempre caía no mesmo capítulo e ela lia o mesmo trecho de Atos 17:34 -  “Alguns, porém, se uniram a ele e abraçaram a fé. Entre esses estavam também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com ele”. E foi assim que ela resolveu me batizar. Eu gosto bastante e não ligo de ter que explicar que não é nem Damáris, nem Tamires ou Tamara.
A origem seria grega e o significado, segundo fontes não confiáveis, seria “aclamada pelo povo”, mas o meu maior vácuo nesta busca foi uma passagem de O Mundo de Sofia em que um dos personagens diz algo como “A Dâmaris estava lá no aeropago, etc etc, mas vamos voltar a falar dela mais pra frente”. Pensei: agora sim vou descobrir quem foi ela. Li o livro até o final e ele nunca retomou o assunto. Mistério.

Um sonho
Ter uma experiência bem longa no exterior. Pode ser uma mudança ou trabalhar um período fora como jornalista, como voluntária, o que for. Tudo isto porque os intercâmbios foram experiências fascinantes demais.
Com Adriano em Nova York (março de 2008) e na Disney (março de 2009), após meses de trabalho duro e experiências maravilhosas numa estação de esqui em Vermont - USA.

Um segredo
Podem ser dois?
1)Fui voluntária no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, e como não tinha parentes nem amigos por lá, além de nunca ter pisado na cidade, tive que procurar na internet alguém que me desse abrigo (gratuito) por 30 dias. E eu achei. Foi aí que duas “doidas” se juntaram: eu, que fui pra casa de alguém que nunca tinha visto na vida e a Shenara, que recebeu uma forasteira idem. Fiquei o mês do Pan na casa dela, que era estudante de jornalismo da PUC/RJ. Ela me recebeu como os cariocas fazem muito bem: com muitos sorrisos, animação e boa vontade. Nós tornamos grandes amigas: ela já veio pra cá, já recebeu minha irmã e outros amigos na casa dela, apresentei um amigo da faculdade a ela. Este ano ela se mudou para Curitiba e eles vão casar logo logo.

2)Eu tenho uma foto com o palhaço Bozo. Mas é chocante demais para divulgar por aí.
Em 2007, trabalhava no Rio Centro. Do Rio, atualizava um especial
do Pan no jornal laboratório da UFPR, com notícias de bastidores. Os
jogos foram desorganizados, mas poder estar lá foi uma experiência e
tanto. Segue o link para uma das matérias que ela mais gostou de escrever:
http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/1541


Uma paixão
Guararapes – cidadezinha do interior de São Paulo que é a minha Passárgada. Lugar das grandes reuniões da família, de muitas festas de Natal e Ano Novo, de calor de derreter, de visitar os tios e primos de bicicleta e de boas lembranças. É sempre bom voltar lá.

Sua música predileta
Gosto demais de Standing Out Side The Fire – Garth Brooks. Acho que a mensagem se encaixa para os momentos de escolhas e também para o trainee, afinal, muitos – na verdade acredito que todos – saíram de suas zonas de conforto para viver esta experiência.

Qual característica da sua personalidade você mais gosta
Bom, sou uma pessoa relativamente tranquila e sem muita frescura. Mas escolher uma característica... acho que a gentileza, no sentido de ser capaz de dar espaço para as pessoas, ser disponível para atendê-las quando elas precisam,  reconhecê-las pelo que têm de bom e encorajá-las. 

Uma habilidade. Como descobriu ela?

Embaixadinhas. Meninos, nisso eu me garanto e aceito desafiantes do Tá Lento! Sempre fui muito moleca e não podia ver uma bola que já ia chutando: bola de gude, de papel, de vôlei, de basquete, tudo parava no meu pé. Com 11 anos comecei a jogar futebol na escola e assim foi. Na época meu sonho era ser jogadora de futebol, anos depois troquei pelo vôlei, mas sempre dava os meus chutes nos treinos.

Resultado do vestibular da UFPR, em 2005, no Centro Politécnico.
Recompensa de um ano, na verdade três anos de ensino médio, de muita
dedicação. Foi muita alegria mesmo.
Amigas aprovadas em Engenharia Química, Jornalismo, Ciências Sociais e Medicina.

Quais são seus principais gostos?
Sou bem caseira. Gosto de cachorro, de viajar para o interior de São Paulo, adoro filmes da Disney, gosto reunião de amigos, de visitas longas no fim de semana, de churrasco, de música pop e de ter tempo para as coisas que realmente importam.

Fale um pouquinho da sua relação com Curitiba e Paraná
Meus pais são paulistas, mas eu sou Curitibana - com direito ao tal “jeitão” peculiar: até eu sentir segurança onde estou pisando para depois abrir o coração. Apesar de ter nascido na capital, sempre morei na Região Metropolitana, pertinho de Quatro Barras. Curitiba é onde estudei, é onde trabalho, é o lugar da correria, é onde vive a grande maioria dos meus amigos, por isso é um lugar de bons momentos também. Como qualquer outra capital, aqui existem diferentes cidades no mesmo local. Quem vive aqui por um tempo sabe que Curitiba não é a beleza e a riqueza estilo Batel, nem é assim tão verde e organizada. É uma cidade boa para viver e que têm diversos mundos opostos.
Amigos/irmãos jornalistas da UFPR. Grupo inseparável até hoje. Dos
seis na foto, cinco passaram pelo trainee. A foto é de 2006 e na época
Dâmaris e o Adriano, apesar de parecer, não eram namorados.
A foto é na represa do Iraí depois de um churrasco de fim de ano.
Como você espera o futuro?
Espero que dê para ser feliz, viver bem, realizar sonhos, passar por experiências diferentes e enriquecedoras como aconteceu no período no Rio de Janeiro e nos Estados Unidos, sempre cercada pelos amigos que a vida me trouxe e que tenho certeza ainda vai trazer - com a possibilidade de voltar para perto da família, claro.
Ainda não visualizei um momento de criar raízes, pois deixei várias coisas pendentes devido às mudanças de trabalho e à indefinição da permanência no jornal. A princípio, depois do trainee eu achei que iria fechar o intercâmbio para o qual me programei há mais de um ano, mas uma boa novidade fez tudo mudar esta semana: fui surpreendida com a notícia da contratação para o caderno de Saúde e Animal, então este é o futuro – por enquanto. Estudar mais, talvez começar uma faculdade de Direito, e fazer os intercâmbios continuam nos planos, agora é só eu me reorganizar.

Uma mensagem para deixar para a posteridade e a prosperidade
Acredito que temos que comemorar as conquistas e, mais importante, ter a coragem de insistir no que realmente queremos e também, se for o caso, de mudar os planos, porque a gente está aí para ser feliz.

sábado, 21 de maio de 2011

Perfil de Talento - Luiz Felipe Marques

Luiz Felipe Marques emendou dois programas trainees de jornalismo em 2011. No meio desse processo, esse aluno da primeira fileira - com amigos do fundão - deu uma pausinha para prestigiar o blog Jornalistas de Talento com algumas palavras.
O gosto por futebol, tecnologia e economia desse paulista-curitibano está expresso na entrevista abaixo, realizada por e-mail.

Porque você escolheu ser jornalista?
Não cheguei a escolher, não. Para mim parecia meio que certo: já escrevia desde sempre, ficava lendo jornal e vendo notícias na TV... Daí, bem antes do 3ao, quando eu ainda era pequeno, já falava que era o que eu queria.
Como foi o trainee GRPCOM para você?
O nosso trainee foi espetacular, superando muito minhas expectativas. Já conhecia há um tempo os trabalhos da então RPC e da Gazeta, mas ainda assim a qualidade e o investimento (de tempo, atenção e dinheiro) me surpreenderam muito. O melhor foi a qualidade das aulas e dos professores, assim como os conteúdos que tivemos, muito além do aprendizado comum nos cursos de Jornalismo. Outro ponto legal foi o entendimento entre os trainees, combinando desde almoços no 5,50 até os bares e o futebol.
E emendar o trainee GRPCOM no trainee do Valor?! Como está sendo essa experiência?
Estou a três dias no Valor e posso dizer que a experiência aqui vai ser tão boa quanto à do GRPCOM. Muito diferente, claro, mas muito boa também. É ótimo ter a chance de emendar essas duas experiências, ainda mais com a oportunidade de me aprofundar na área que eu gosto e pretendo seguir.
De qualquer jeito, a vida em São Paulo, a empresa e os trainees por aqui são bem diferentes do jeito que as coisas iam por aí. Nem tem como explicar direito. As aulas são mais curtas e diretas, bem específicas para assuntos da Economia e o pessoal (quase todos) já vinham da área também. Gente da Exame, da Reuters, Jornal do Comércio, Época Negócios... Isso dá um ânimo também.
Um sonho
Ser reconhecido por um trabalho legal na área de Comunicação.

Um segredo
Eu gosto de Curitiba, apesar de reclamar tanto da cidade...

Uma paixão
Corinthians Paulista do meu coração, é claro.

Sua música predileta e uns versos que te emocionam
Tem muita música boa. Ultimamente tô até meio brega, ouvindo Roberto Carlos e parecidos... Deve ser por causa da mudança (risos).
Mas uma das que eu mais gosto é do Los Hermanos, chama Retrato pra Iaiá.  

Qual característica da sua personalidade você mais gosta
Sou persistente (ou teimoso)...

Quais são seus principais gostos?
Depende. De comida é tudo, de time é o Corinthians, de mulher, a minha namorada.

Como você espera o futuro?
Bom mais complicado. Realmente acho que de pouco tempo para cá a tecnologia tá avançando muito, facilitando bastante a vida de todo mundo. O que vai ser bom, porque o mundo tá ficando cada vez mais cheio e com velhos problemas não resolvidos.

Uma mensagem para deixar para a posteridade e a prosperidade
O negócio é ser feliz. E dar risada junto.

sábado, 7 de maio de 2011

Perfil de Talento - Aline Koller

Alegria, movimento, família, viagens e fé são algumas marcas da gaúcha-macapense, Aline Koller.
Experiências sobre diferentes lugares geográficos – como o Amapá e a Alemanha – marcaram essa gaúcha com referências diversas. O apego à família e à religião completa os ingredientes interessantes da loira. A simpatia e o acolhimento, que ela traz no sorriso, fazem Aline ganhar amigos verdadeiros por onde passa. Além disso, é evidente sua paixão por comunicação, jornalismo e TV.
Aline mostra histórias surpreendentes neste perfil bem ilustrado e cheio de links. É com muito prazer que o blog Jornalistas de Talento deixa nosso palco todinho para você.
Porque você escolheu ser jornalista?
O jornalismo acabou entrando na minha vida naturalmente. Desde pequena, na escola, gostava de escrever redações e ler histórias. Saía brincando de entrevistar os amigos em festas quando tinha alguém com uma câmera filmadora. Sempre queria estar onde os fatos aconteciam e contar novidades, de preferência as boas. E em que outra profissão poderia conhecer tantos lugares e pessoas diferentes a cada dia, compartilhando histórias?
Hora do versinho de Natal
Qual característica da sua personalidade você mais gosta?
O otimismo. Procuro sempre ver o lado bom das pessoas, tentando entender o que leva cada um a ser do jeito que é, e para isso gosto de ouvir suas histórias. E também sou meio Pollyanna nas diferentes situações da vida. Afinal, se podemos escolher como vamos encarar a vida, que seja de uma maneira positiva.

Conte sobre uma história da sua infância.
Minha irmã e eu crescemos ouvindo e dançando as músicas que nossos pais gostavam, e até hoje as pessoas se impressionam com o nosso repertório variado em rodas de canto. A salinha de música era um dos nossos lugares preferidos. Quantas manhãs, tardes e noites passamos lá gravando fitas K7 com shows e programas de todos os estilos. Nossos convidados eram desde as Paquitas até o grupo Dominó, e por aí vai. Colocávamos os LPs com sucessos e fazíamos a festa, tinha até sorteio de brindes, e a hora de jogar os papéis para o alto para escolher o ganhador era muito divertida. Nossos pais eram os principais entrevistados e sempre incentivaram a nossa criatividade. O problema é que minha mana e eu tínhamos que dividir o único microfone do aparelho de som.
A família reunida em Santo Ângelo-RS. Época em que a Aline ainda era a menorzinha.
Quais são seus principais gostos?
São tantos...já fiz de tudo um pouco: aula de balé, jazz, natação, patinação artística, curso de inglês, alemão, violão, datilografia. O vôlei e o basquete foram minhas paixões da infância, mas também praticava todo esporte que aparecesse. Sem falar que eu sempre gostei de cantar e atuar em peças teatrais, já animei festas infantis, visitei creches e asilos no Natal vestida de Mamãe Noel. Também toquei na banda marcial da escola. Fiz curso de modelo e no final participei de uma excursão a São Paulo e ao Rio, onde tive a oportunidade de ir ao Programa do Faustão – foi minha primeira grande viagem sem a família, aos 13 anos. Atualmente o que gosto mesmo é de estar com meu marido, minha família e meus amigos.

Uma habilidade. Como descobriu ela?
Tenho facilidade de me adaptar a diferentes situações e lugares. E desenvolvi essa habilidade na prática – viajando. Já passei por tantos lugares, e sempre tento aproveitar ao máximo cada experiência. Eu tive a oportunidade de ser presidente nacional da Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB), de 2005 a 2006. Nessa época viajei por 18 estados brasileiros participando de congressos, fazendo palestras e conheci muitas realidades diferentes. Isso me fez amadurecer muito. E representei a JELB em congressos na Alemanha, Argentina, Bolívia e nos EUA. Tenho cada história para contar! Fiz muitos amigos por onde passei.
Essas viagens pelo Brasil acabaram tornando-se meu TCC em Jornalismo. Contei a história dos jovens luteranos brasileiros. O trailer está aqui, se alguém quiser conferir: http://www.youtube.com/watch?v=OYUO5UE2P9s
Aline gravando imagens em Salvador para o TCC
Uma paixão
Viajar. Acaba sendo um paradoxo, pois sou super apegada à minha família. Mas cada viagem traz consigo uma bagagem de conhecimento e sensações que compensam a saudade que acabo sentindo.
Uma das melhores viagens foi em 2007 quando consegui um estágio na redação brasileira da Deutsche Welle, empresa de jornalismo do governo alemão. Corri atrás de todos os detalhes para realizar meu sonho de conhecer e trabalhar na Alemanha. Cada etapa vencida até chegar a data do embarque foi muito comemorada. Morei cinco meses em Bonn, mas parece que foi muito mais. As tradições alemãs são encantadoras, principalmente quando o Natal se aproxima. Até escrevi uma matéria que fala sobre a época de Advento. Quem se animar, aqui está: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2980195,00.html
Enfim, todas as viagens que fiz foram ótimas e me dão a certeza de que essa paixão vai me acompanhar por toda a vida.
Aline mostrando a sala em que traballhou na Deutsche Welle
Conte um pouco sobre sua vida no Amapá.
Morar no estado mais preservado do Brasil tem sido um uma experiência maravilhosa, caminhar na beira do Rio Amazonas, então, não tem preço. Só ainda não consegui gostar de açaí.
As pessoas são muito legais, especialmente as crianças. Elas olham para mim com uma curiosidade que me diverte. Devem pensar: – “De onde surgiu essa mulher tão alta e branca?”
Lá, durante 10 meses eu trabalhei numa produtora independente de TV. Apresentei junto com dois colegas o Programa Olimpio Guarany, num estilo de revista semanal. Foi uma ótima escola para mim, tive a oportunidade de atuar em diversas áreas: sugeria pautas e as produzia, fazia reportagens (e além de repórter, eu também era a motorista), editei alguns VTs, apresentava no estúdio e também atualizava o blog do programa, que eu desenvolvi.
Também fui convidada para fazer comerciais de TV. Nesse link vocês podem ver o primeiro que foi ao ar, o qual meu marido apresentou comigo (só não reparem na gravação caseira) - http://www.youtube.com/watch?v=8qrLM02dI2Q
O que me alegra muito o trabalho que desenvolvemos na Igreja. As pessoas são fantásticas e temos amadurecido bastante conhecendo as realidades delas. Sou professora da Escola Bíblica na Igreja Luterana e, as crianças que participam são amáveis, mesmo algumas tendo vidas tão sofridas. Fazemos um trabalho de missão com famílias que moram em casas sobre palafitas numa região alagada. Foi lá que passamos o último Natal. Quem quiser saber mais sobre o trabalho da nossa igreja em Macapá, é só acessar o blog: http://igrejaluterananoamapa.blogspot.com
Aline em passeio pelo Rio Amazonas e tomando água de coco colhida na hora
Como você espera o futuro?
Espero sempre com otimismo, e procuro não esquentar a cabeça antes do tempo, pois sei que Deus encaminha tudo da melhor maneira. Alguns dos planos são viajar mais pelo mundo e cursar a faculdade de Direito, vontade que aumentou depois das aulas de Direito da Comunicação com o Dr. Guilherme Cunha Pereira.

Um segredo
Já foram feitas três perucas com o meu cabelo! Em 2002 viajei a São Paulo e estava com o cabelo super comprido. Decidi vendê-lo, e a dona do salão me disse que precisavam justamente de fios loiros para fazer uma peruca para a Xuxa, que seria usada no filme Duendes 2.
Em 2008, enquanto eu estava visitando meu namorado (agora marido) nos EUA, também estava cansada do cabelão comprido. Aí descobri uma entidade na Flórida que faz perucas para crianças com câncer. A maioria dos salões participa desse projeto. Basta cortar, colocar dentro de um envelope que já tem o endereço impresso e pronto. Foi o que fiz. Depois até recebi uma cartinha de agradecimento.
E em 2010, o calor macapaense me incentivou a deixar o cabelo curto novamente. Mas queria fazer algo útil com as madeixas. Eu havia me impressionado com a triste história das escalpeladas no Amapá. Infelizmente é uma realidade das comunidades pesqueiras daquela região, onde mulheres e meninas têm o couro cabeludo arrancado pelo eixo do motor de barcos. Nem todas têm condições de ter uma peruca, e o cabelo delas não crescerá nunca mais. Tive a ideia de fazer uma campanha de incentivo à doação de cabelos para a Associação das Vítimas de Escalpelamento. Quando chegou 28 de agosto – Dia Nacional de Combate ao Escalpelamento – fiz uma reportagem mostrando o drama das vítimas desse acidente e cortei meu cabelo no estúdio, durante o programa de TV que apresentava. A vice-presidente da Associação teceu os fios, e uma semana depois eu entreguei a peruca à Eberlane, menina de 7 anos que havia sido a última vítima de escalpelamento no estado, em 2010. Foi emocionante.
Aline entregando a peruca
Uma mensagem para deixar para a posteridade e a prosperidade
Mais feliz é aquele que se alegra com as coisas simples e agradece pelo que a vida tem de bom, do que quem está sempre reclamando e acha que nada está bom o suficiente. Acredite sempre nos seus sonhos, mas não se frustre se nem todos se realizarem. Busque sabedoria para saber agradecer pelos que foram alcançados, mesmo que sejam poucos, ou para reconhecer a importância daqueles que, mesmo tendo ficado pelo caminho, um dia já lhe incentivaram a correr atrás de seus objetivos.
Casamento Aline e Tiago